sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Oito ou oitenta

Era uma sexta feira, mas não como outra qualquer. Eram sete da noite e voltava do trabalho. Pela primeira vez trabalhara uma hora e meia a mais espontâneamente.
E pela primeira vez chegaria em casa e encontraria silêncio completo. Nada do barulho do chuveiro pingando, o cheiro do sabonete, da roupa limpa, do café sendo passado e os cabelos no chão de azulejos brancos.
Põe a chave na fechadura. Respira fundo. Abre a porta. Joga-se no sofá de couro preto e tira os sapatos. Vê os móveis vermelhos e a decoração de zebra que contrasta com a máquina de escrever e o toca-discos.
Abre os olhos. São onze horas! Havia dormido ou passou a noite pensando em não pensar?
Vai para o banho lembrando que a novela acabava às dez e os documentários iniciavam quinze minutos antes; sempre perdia o início. Não que não pudesse entender se não visse a introdução, mas preferia vê-la ou não ver nada do programa.
Era oito ou oitenta! Ou se bebe whisky puro ou se toma água. Ou sapatos de salto ou andava descalça. Ah! Sempre fora assim...tudo a seu jeito ou que caíssem fora.
Fuma deitada nua no sofá e, acariciando os seios rijos, lembra-se da última noite. Chegou em casa com vontade de trepar na varanda. Enquanto se despia, mandou que a mulher fosse ageitando tudo.
- Na varanda?! Nem pensar, os vizinhos podem ver!
- Que vejam...e morram de inveja! - sorriu maliciosa.
- Sempre faço o que pede, mas já está passando dos limites...não vou!
- Não vai, é?!
Jogou-a no tapete e fizeram sexo. Depois, levantou e foi para o quarto, de onde voltou com uma sacola que jogou perto da porta.
- Que é isso? - pediu a mulher, ainda no tapete.
- Tuas coisas. Tens dez minutos pra sumir daqui, vagabunda!
- Só pode estar brincando comigo. Que tara nova é essa?
- Tenho cara de quem está brincando? Sai daqui já! Primeiro que cansei de ti e segundo que eu queria trepar na varanda.
- Só por isso?
- É.
Continua a acariciar os seios. Pensa que devia ter fodido mais uma vez no banho...ah! como era gostosa aquela guria; as pernas bem torneadas, a bundinha empinada e os seios...ah! os seios!!
Arrepiou-se e arrependeu-se, mas só por instantes breves em que acariciava a própria buceta. No silêncio do apartamento masturbou-se, gemeu e gozou. Pegou o telefone e ligou para o disque-sexo. Já disse, era oito ou oitenta!

Nenhum comentário: