sexta-feira, 23 de novembro de 2012

aceito
um poquinho
de mal
por dia
e logo
me deixo
d
e
s
t
r
u
i
r
inteira 
outra vez

domingo, 11 de novembro de 2012

Tua boca cheia de nãos
Fazendo cada pedaço do meu corpo
Questionar teus sins

                                   ter
Não   poder
                                        querer

Me amar.

               
                                                       finja
Não     force
                                        minta

O amor.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Se te sufoco
na minha boca,
entre minhas pernas,

me perdoa.
Você tem medo, 
eu tenho amor.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

No prédio
o sexo
é tipo
bocejo.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

saudade
de salivar
seu gosto.
na minha boca
na tua boca
eu gosto
e gozo.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Faz a barba, o cabelo
Volta a ter aquela cara de menino;
Cresce a barba, o cabelo
A cara é ainda a mesma;
Todo tempo passa o tempo todo
E seus olhos me sorriem como sempre...
Há quanto tempo me encanto ao ver
Paulo vestido de arlequim?

quarta-feira, 16 de maio de 2012

"Das causas sem solução ou perdidas" li na porta e bati.
Meu problema ali não se encaixava, segundo São Judas Tadeu.
Ora, como não, se meu problema é amor e são amores mas não quero recorrer à Santo Antônio?
Seriam, como na carta guardada
beijos
com carinho
amor
paixão
e sem-vergonhice

a solução?
Ou esse tipo de problema não há santo que resolva?
Me deixei sair sem agarrar santo nenhum, que minha fé não quero depositar em Santo Expedito.

domingo, 11 de março de 2012

delicadamente pegou minhas mãos
beijou-me e lambeu-me cada um dos dedos
e, de leve, passou a mordiscar.
eis que surge a dor
e todas as camadas de cor agora são pretas
e quando voltam as coisas ao "preto no branco"
os lençóis brancos são vermelhos
e meus dedos já não são.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Era cedo e tarde. Só que o tempo é tão relativo tão curto tão longo tão seu!
E aquela coisa vinha, só que vinha rápido demais
E me olhava nos olhos e nos lábios
E vinha cada vez mais.
Não ouviu nunca sinos quando nos beijos, mas as lágrimas insistiam em brotar
E aquela coisa, toda aquela coisa
Que era tanto e coisa alguma,
Era raiva
Era tesão
E vinha sorrasteira e deslocava e desolava
Uma coisa que insistia em ser grande a cada vez que eu queria fazê-la menor.
No rosto de criança inocente e no cheiro da respiração junto ao cheiro de cigarro
E no riso sem motivo aquela coisa vinha
E vinha e vinha e vinha
E era um misto de desejos que resultava em uma só coisa...
Porque a coisa era medo.