quinta-feira, 27 de março de 2008

Sal no café.
Biquini na nevasca.
Cavalo à gasolina.
Escreveu com borracha e apagou com lápis.
Rímel nos lábios, esmalte nos olhos e batom nas unhas.
Luva nos pés.
Pênis na vagina.

terça-feira, 18 de março de 2008

Os ponteiros marcavam onze da noite de quarta-feira quando atravessava uma rua escura da cidade.
Morena de olhos claros, muito atraente, chamava atenção por onde passasse.
Naquela noite, voltando para casa, ouviu passos. Com o canto dos olhos espiou atrás de si. Viu um vulto e não apressou o passo.
Respirava ofegante, o olhar longe, como se lembrasse de outras épocas, da infância, das bonecas.
O medo tomou conta dela, as mãos suavam.
Então sentiu alguém encostar em seu ombro. Como não virou para trás, foi cutucada ourta vez. Respirou fundo, parou e virou.
Viu um homem alto, magérrimo e de dentes tortos.
Olharam-se em silêncio alguns segundos. Ele, os olhos dela. Ela, lugar vago, esperando que lhe fizesse algo.
-Tem fogo?
-Não.
-Já passam de onze?
-Talvez. - disse ela boquiaberta.
Ele seguiu viagem e ela ficou parada ainda alguns instantes, decepcionada.
Já a algum tempo não tinha um encontro que a deixasse excitada.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Por culpa da esposa

Na internet, buscou uma prostituta que lhe agradasse. Não foi difícil, tinha apenas uma exigência: que não estivesse depilada.
Contratou uma e levou para casa. Nesta noite a esposa, que insistia em depilar-se, foi trancada no quarto de hóspedes e a puta, levada para o quarto do casal.
Junto ao vinho, na taça da meretriz, pôs um sonífero. Assim que fez efeito, despiu-a e virou-a de frente para si, na cama.
Abriu a caixinha que estava no criado-mudo e, cuidadosamente, tirou de lá uma pinça.
Um a um arrancou os pelos da contratada.
Foi a noite mais excitante da sua vida.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Sobre viver?
Sobreviver.