terça-feira, 18 de março de 2008

Os ponteiros marcavam onze da noite de quarta-feira quando atravessava uma rua escura da cidade.
Morena de olhos claros, muito atraente, chamava atenção por onde passasse.
Naquela noite, voltando para casa, ouviu passos. Com o canto dos olhos espiou atrás de si. Viu um vulto e não apressou o passo.
Respirava ofegante, o olhar longe, como se lembrasse de outras épocas, da infância, das bonecas.
O medo tomou conta dela, as mãos suavam.
Então sentiu alguém encostar em seu ombro. Como não virou para trás, foi cutucada ourta vez. Respirou fundo, parou e virou.
Viu um homem alto, magérrimo e de dentes tortos.
Olharam-se em silêncio alguns segundos. Ele, os olhos dela. Ela, lugar vago, esperando que lhe fizesse algo.
-Tem fogo?
-Não.
-Já passam de onze?
-Talvez. - disse ela boquiaberta.
Ele seguiu viagem e ela ficou parada ainda alguns instantes, decepcionada.
Já a algum tempo não tinha um encontro que a deixasse excitada.

Um comentário:

Unknown disse...

Hummmm.....interesante esse seu blog......gostei.....parabéns pelos contos....